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SOBRE NÓS

O Coletivo Maria da Glória é uma rede de afeto formada por estudantes negros do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que busca através da preservação da memória da professora Maria da Glória formar um aquilombamento entre as pessoas negras do Instituto. Fundado por quatro mulheres negras (Daíse Santos, Jaiane Casais, Sofia Sacramento e Taís Queiroz) estudantes de Geologia, que não por acaso, se encontraram. Mesmo trilhando caminhos diferentes, nós tivemos um objetivo em comum: mudar a realidade existente dentro do Instituto de Geociências da UFBA, que, assim como os outros setores da nossa sociedade, possui raízes profundas no racismo estrutural e no epistemicídio.

NOME DO COLETIVO

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A professora Maria da Glória da Silva foi uma das primeiras mulheres pretas a fazerem parte do quadro de professores do Instituto de Geociências. Muito dedicada e querida por muitos, conhecemos a pró Glória através de sua ex-aluna, Dira Góes, geóloga negra, que atua hoje no Estado do Espírito Santo. Quando Dira ingressou na Universidade, no ano de 2011, conheceu e inspirou-se na professora, que é referência para ela até hoje. Graduada em Geologia pela Universidade Federal da Bahia (1975), Mestre em Geologia pela Universidade Federal da Bahia (1983) e Doutora em Geologia pela Albert-Ludwigs Universität, Freiburg, Alemanha (1987), a professora Glória, durante seus mais de 35 anos de docência atuou, principalmente, no ensino de graduação, pósgraduação e na pesquisa científica apoiando a formação de várias gerações de geólogos, mestres e doutores em Geologia, particularmente em temas relacionados com Petrologia, Geoquímica e Metalogenia. Ela era Professora Associada da UFBA e estava cedida ao Ministério de Minas e Energia, onde exercia o cargo de Assessora da Presidência do Serviço Geológico do Brasil - CPRM. A professora Glória morreu na madrugada do dia 21/03/2013.

OBJETIVOS

Nossa principal prioridade é a instauração de uma rede de afeto entre mulheres e homens pretos que compõem curso, sendo eles: estudantes (de todos os níveis acadêmicos), professores e funcionários. E, por meio dessa rede, estimular e viabilizar o compartilhamento de experiências, anseios, medos e dores vividas dentro e fora da academia, propiciando acolhimento, apoio e segurança, além da construção de espaços para debates e discussões de cunho racial. Ademais, o coletivo tem a intenção de pensar soluções, caminhos e estratégias para que jovens pretos vestibulandos conheçam a professora Maria da Glória e assim, se sintam motivados a ingressar no curso de geologia, uma vez que, a professora representa um forte símbolo de representatividade. E assim, poderemos também, compartilhar produções realizadas por geocientistas negros, através de um banco de dados, para dar visibilidade a esses trabalhos e, sobretudo, facilitar sua consulta, tornando-os fonte de pesquisa para nós e para outros estudantes.

POR QUE FUNDAR UM COLETIVO NEGRO NO IGEO?

Ao analisar quantitativamente os perfis de estudantes, professores, funcionários, que ocupam os espaços acadêmicos, é notório que a presença de pessoas pretas dentro desses ambientes reflete marcas históricas de uma sociedade construída com suas bases firmadas no racismo e na desumanização de corpos pretos. Dentro do Instituto de Geociências da UFBA não é diferente e quando se trata do curso de Geologia, o racismo estrutural e o epistemicídio se tornam ainda mais evidentes. Porém, ainda assim, não se encontra espaço dentro do curso para que questões de cunho racial, vivenciadas dentro e fora do Instituto sejam abordadas, discutidas, pensadas e solucionadas.

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