Sobre o 20 de Novembro de 2020
- Coletivo Maria da Glória
- 13 de abr. de 2021
- 2 min de leitura
‘’É tempo de nos aquilombar.’’ Conceição Evaristo
Hoje, dia 20 de novembro, dia em que honramos toda a vida, memória e luta de Zumbi dos Palmares talvez seja o momento para nós olharmos para trás, para a base, e aprender com os nossos antepassados os passos necessários para seguirmos resistindo. É chegada a hora de nos aquilombarmos, (re)construir espaços de afeto para o nosso povo para que assim possamos (re)começar.
A esperança de dias melhores foi o que manteve e mantém o nosso povo de pé. O sonho da construção de uma sociedade mais justa, livre da escravidão foi o que nos guiou para a nossa melhor experiência de resistência e luta, os quilombos. O fim da escravidão foi fruto desse processo, que envolveu muito sangue e suor do nosso povo.
Mas ainda hoje, temos muito o que lutar. Porque o que nós vivemos no Brasil, tem nome e sobrenome e segundo Achille Mbembe, poderíamos caracterizar como as Políticas da Inimizade (2017). Onde nós, pessoas pretas somos vistas como o ‘’Outro’’, inimigo do Estado. E esse, tem como forma de atuação as políticas de morte, ou necropolíticas. Políticas essas que visam manter um Estado constante de Guerra, para atingir o seu objetivo principal, exterminar os inimigos.
A partir desse contexto caótico, é preciso montar estratégias e traçar planos, onde a sobrevivência do nosso povo esteja em pauta. O aquilombamento foi uma experiência concreta, e é uma estratégia política de resistência ao quadro (necro)político que nos cerca.
O aquilombamento é uma necessidade ancestral. É sobre resgate. Resgate da força dos nossos antepassados, para (re)construirmos a nossa memória, o nosso passado para a realização de um futuro melhor para nós, e para os que vierem depois. Esse é o nosso objetivo, e nós não abriremos mão disso. Salve Zumbi! Salve os nossos quilombos!
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