A Companhia Brasileira de Chumbo-Cobrac, subordinada a multinacional Penarroya, instalou-se em 1960 em Santo Amaro da Purificação, situada à cerda de 72 km da capital Salvador. Logo nos primeiros anos após a chegada da empresa a cidade a contaminação começou a dar sinais a partir da morte dos animais das fazendas próximas, a comprovação científica chegou à década seguinte por meio de análises geoquímicas e de amostras de sangue dos trabalhadores das fábricas e pescadores.

Os resíduos da produção eram descartados de maneira inadequada, dispersos sem controle na atmosfera e jogados e uma extensa área no entorno da chaminé da fábrica, por falta de conhecimento a população tentou reutilizar os materiais, a própria prefeitura usou a escória pra pavimentar a rua, fazendo com que o rastro da contaminação tomasse proporções ainda maiores, estima-se que cerca de 18 mil santamarenses foram diretamente afetados pelos anos de chumbo, (segundo o jornal Correio) e muitos ainda sofrem com as sequelas, as doenças e o descaso das autoridades.

O chumbo é considerado o segundo elemento químico mais perigoso toxicologicamente (SANTOS et al, 2017), é um metal de ocorrência natural, contudo não é degradável e pode acumular-se em diferentes compartimentos ambientais e nos organismos vivos, afetando diretamente o sistema nervoso central ou causar danos à saúde humana anemia, irritação gástrica, disfunções renais do fígado e do coração, acarretar danos ao cérebro, especialmente entre crianças.

O neocolonialismo se aproveita das mazelas sociais, aloja-se com promessas vazias de um período de prosperidade e abundância que custará vidas. Sugam toda a riqueza da terra habitada por pessoas carentes (no caso da Cobrac foram cerca de 900 mil toneladas), expelem a infértil, e partem, com a segurança e o apoio de fortes aliados; a falta de acesso ao conhecimento científico em algumas comunidades, a falta de fiscalização adequada e impunidade uma vez que os processos correm lentamente na justiça.