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Antes da morte física, vem a morte simbólica.

  • Foto do escritor: Coletivo Maria da Glória
    Coletivo Maria da Glória
  • 28 de abr. de 2021
  • 1 min de leitura

‘’A morte antes do tiro’’. ‘’Para morrer basta estar vivo’’. Essas são frases que há um tempo atrás teriam significados diferentes, até conhecer o conceito do racismo epistémico. Antes da morte física, vem a morte simbólica através da negação dos nossos costumes, tradições, ensinamentos e ciência. É a negação do ser em todas as suas complexidades e esferas. O padrão branco eurocêntrico tem como base dividir, apagar, matar e assim conquistar. Segundo Sueli Carneiro: ‘’ É uma forma de sequestro da razão em duplo sentido: pela negação da racionalidade do Outro ou pela assimilação cultural que em outros casos lhe é imposta’’.


Essa realidade nós conhecemos na pele, como pessoas não brancas. A sociedade ocidental como vemos hoje foi formada a partir de um longo processo de genocídios e epistemicídios. No nosso contexto enquanto brasileiros, sofremos duplamente com essa opressão (genocídio da população indígena e africana). Entretanto, esse processo se mantém atual quando somos privados de estar em determinados espaços ou posições da sociedade.


O meio acadêmico tem se mostrado como uma grande fonte para aniquilamento da nossa autoestima intelectual, desde a negação do acesso a uma educação de qualidade até a negação de sermos seres capazes de produzir conhecimento. Pensar epistemicídio transcende o conceito da morte simbólica e física, mas também, pensar no que está nos matando cotidianamente a ponto de nos fazer evadir da universidade.


Pessoas negras e seu legado de produção científica, sejam lá quais forem, são deixados de lado e até banidos de alguns ciclos de conhecimento, principalmente acadêmicos. O epistemicídio introduz o esquecimento e o afastamento. Agora te convido para uma reflexão: você conhece a história de algum professor/professora negro dentro da geologia?

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