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Autodeclaração étnico-racial?

  • Foto do escritor: Coletivo Maria da Glória
    Coletivo Maria da Glória
  • 28 de abr. de 2021
  • 1 min de leitura

No Brasil, a temática da autodeclaração étnico-racial tornou-se parte do cotidiano a partir do ano de 2001, com a III Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata, e principalmente, com os compromissos assumidos para a erradicação do racismo no país. Dentre eles, a implementação das cotas em universidades e concursos públicos.


Mas o que seria essa autodeclaração étnico-racial? Seria a forma como o indivíduo se vê e como a sociedade o enxerga também, a partir de características fenotípicas, já que segundo o sociólogo Oracy Nogueira, o racismo à brasileira se definiria por um Racismo de marca, onde características como a cor da pele, traços físicos e os cabelos definiriam quais espaços determinados indivíduos teriam acesso ou não. Tendo em vista que a desigualdade racial presente no país é um problema advindo do racismo, e não só da desigualdade econômica. Nesse caso então, o problema do racismo incide nos corpos desses sujeitos e não na sua ancestralidade (pais, mães ou avós negros).


É importante lembrar, que as cotas raciais surgiram como uma forma de mitigar todo o estrago causado por anos de escravidão, uma forma de reparação para quem sofre racismo todos os dias e que historicamente teve seu acesso negado a educação. Pensando nisso, bancas de heteroidentificação começaram a ser usadas, como um procedimento complementar à autodeclaração, após denúncias de fraudes no sistema de cotas. Pessoas brancas que sempre se enxergaram enquanto brancas, se dizem afrodescendentes quando convém para usufruir desse sistema, mas ao longo de sua vida sempre utilizaram os privilégios de serem brancos.

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