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O meio acadêmico em que você está inserido está aberto à temática racial?

  • Foto do escritor: Coletivo Maria da Glória
    Coletivo Maria da Glória
  • 4 de mai. de 2021
  • 2 min de leitura


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O coletivo Maria da Glória realizou uma pesquisa no Instituto de Geociências (na época, com uma quantidade estimada de 21 professores e 314 alunos ativos), da Universidade Federal da Bahia, entre os dias 01 a 15 de julho de 2020. A pesquisa foi realizada por meio de um formulário online na plataforma google docs e foi desenvolvida inicialmente para justificar o início da nossa existência, além disso, para buscar soluções para a falta de representatividade existente no meio acadêmico, sobretudo nas geociências. Após o período de aplicação, obteve-se 67 respostas.


Os questionamentos presentes no formulário foram:

Idade, gênero, autodeclaração e grau de escolaridade; participação em grupo de pesquisa, se possui bolsa e quantos colegas/professores negros estão presentes nesse meio; quantos professores negros ao longo da graduação e especialização; se já foram submetidos a ações racistas e se já sentiram incômodo no padrão presente no meio acadêmico.


Abaixo encontra-se a representação desses dados por meio de gráficos:


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Pelo gráfico acima, nota-se que, dos que responderam a pesquisa, a maioria contou com uma quantidade de professores negros que varia de 1 a 3 ao longo da sua graduação.

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A categoria "NDA" corresponde a quantidade de pessoas que não souberam responder ou deixaram em brando (porque ainda não fizeram especialização).


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A categoria "NDA" corresponde a quantidade de pessoas que não souberam responder ou não participam de um grupo de pesquisa.


Dentre os pontos que foram analisados durante esta pesquisa o principal foi a adesão. Quais as causas da baixa adesão? É um ponto a ser debatido. É sabido que qualquer tipo de tema de cunho racial que aponte o racismo estrutural, principalmente no meio acadêmico, tende a ser inviabilizado, porque, para a maioria pertencente a esse ambiente (Brancos), não faz sentido, é de pouca importância (a não ser no dia 20 de novembro e olhe lá).


Ainda, apesar da baixa participação, é possível retirar um recorte da realidade geral: (a) observa-se que quanto maior o grau de escolaridade, menor é a representatividade de pessoas negras; (b) ainda é normalizada a ausência de pessoas negras em diversos setores acadêmicos (dada as escassas vezes em que o debate racial esteve presente no IGEO) e (c) qualquer temática que envolve racismo e suas manifestações é tida como desnecessária para a realidade da área e consequentemente invalidado.


Ao adentar a universidade um jovem negro não consegue se reconhecer naquele ambiente, dada a quantidade de pessoas negras ocupando esses lugares. Reconhecer essa disparidade é o primeiro passo para entender como soluciona-la. Pensando em números, é desolador perceber a quantidade de estudantes e professores universitários negros nos dias de hoje, o que faz de suma importância evidenciar os aspectos que desencadeiam essa taxa ainda tão pequena. E os primeiros passos são: estar aberto ao debate e aprender a colaborar com os estudos e pesquisas realizadas dentro dessa temática.


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