Ressignificação e autoafirmação.
- Coletivo Maria da Glória
- 28 de abr. de 2021
- 1 min de leitura
Ao longo do tempo, no processo de ressignificação e autoafirmação, a compreensão das relações identitárias possui um grande peso na discussão de relações raciais. Stuart Hall no livro “The question of cultural identity” (título traduzido: A identidade cultural na pós-modernidade), em 1992, indicou três concepções distintas para identidade cultural: sujeito do iluminismo (indivíduo racional, inalterável), sujeito sociológico (construção da identidade através da interação indivíduo-sociedade) e sujeito pós-moderno (indivíduo formado por várias identidades). E, através desse trabalho, destacou como as relações indenitárias estão se tornando bastante complexas. Em vista da fragmentação de identidades apontada por Hall (1992), dando origem ao sujeito pós-moderno, observa-se a aceitação de novas identidades. E, diante do contexto social em que o indivíduo esteja introduzido, uma identidade pode se sobrepor a outra.
O que nos leva a entender melhor o “Black Lives Matter”, como um grito de socorro, que aparenta ser inaudível para alguns. Ressaltar a importância de vidas pretas, não exclui ser a favor de todas as vidas, contudo, convém analisarmos que, em uma estrutura social racista, a identidade racial tende a se sobrepor as outras. Uma vez que, a cor e etnia possuem grande influência na sociedade em que estamos inseridos, determinando como os sujeitos devem ser reconhecidos e agindo como fatores excludentes, que colocam o indivíduo em condição subalternizada.
À vista disso, é possível compreender o motivo pelo qual as questões raciais devems ser debatidas, já que socialmente essa leitura racial faz-se presente em muitas esferas, seja academicamente, profissionalmente, criminalmente, e até, incrivelmente, no atendimento de saúde.
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